21 de dez. de 2010

O Espírito Santo (Paráclito)

6.1 O Espírito Santo (Paráclito)
O Espírito Santo Ministra aos crentes
"Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar." Jo 16.13,14
Antes da paixão de Jesus. Ele prometeu que o Pai e Ele enviariam a seus discípulos "outro Consolador" (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7). O Consolador ou Paráclito (ou Paracleto, da palavra grega parakletos, que significa o que dá auxilio), é um ajudador, conselheiro. fortalecedor, estimulador, aliado e advogado. Outro única que Jesus foi o primeiro Paráclito e está prometendo um substituto, que, após sua partida, continuará o ensino e o testemunho que Ele havia iniciado (Jo 16.6,7).
O ministério do Paráclito, por sua própria natureza, é um ministério pessoal e relacional, implicando a plena pessoalidade de quem o consuma. Embora o Velho Testamento tenha dito muito acerca da atividade do Espírito na Criação (por exemplo, Gn 1.2; Sl 33.6), na revelação (p. ex., Is 61.1-6; Mq 3.8), na capacitação para o serviço (p. ex., Êx 31.2-6; Jz 6.34; 15.14,15; Is 11.2), e na renovação interior (p. ex., Sl 51.10-12; Ez 36.25-27), ele não torna claro que o Espírito é uma Pessoa divina distinta. No Novo Testamento, contudo, fica claro que o Espírito é verdadeiramente uma Pessoa distinta do Pai, assim como é o Filho. isto é evidente não somente pela promessa de "outro Consolador", mas também pelo fato de que o Espírito, entre outras coisas, fala (At 1.16; 8.29; 10.19; 11.12; 13.2; 28.25), ensina (Jo 14.26), testemunha (Jo 15.26), busca (1 Co 2.10,11), determina ( 1 Co 12.11), intercede (Rm 8.26,27), é alvo de mentira (At 5.3), e pode ser afligido (Ef 4.30). Somente de um ser pessoal podem ser ditas tais coisas.
A divindade do Espírito surge da declaração de que mentir ao Espírito é mentir a Deus (At 5.3,4), e da associação do Espírito com o Paia e o Filho nas bênçãos ( 2 Co 13.14; Ap 1.4-6) e  na fórmula do batismo (Mt 28.19). O Espírito é chamado "os sete espíritos" em Apocalipse 1.4; 3.1; 4.5; 5.6, em parte, parece, porque sete é um número que significa a perfeição divina e, em parte, porque o Espírito ministra em sua plenitude.
Portanto, o Espírito é "Ele", não "ele", e deve ser obedecido, amado e adorado, juntamente com o Pai e o Filho.
Testemunhar a Jesus Cristo, glorificá-lo, mostrando a seus discípulos quem e o que Ele é (Jo 16.7-15), e fazê-los cônscios do que são nele (Rm 8.15-17; Gl 4.6) é o ministério central do Paráclito. O Espírito nos ilumina (Ef 1.17,18), regenera (Jo 3.5-8), guia-nos à santidade (Rm 8.14; Gl 5.16-18), transforma-nos (2 Co 3.18; Gl 5.22,23), dá-nos certeza ( (Rm 8.16), e dons para ministério ( 1 Co 12.4-11). Todo trabalho de Deus em  nós, tocando nosso corações, nosso caráter e nossa conduta,  é feito pelo Espírito, embora aspectos desse trabalho sejam, às vezes, atribuídos ao Pai e ao Filho, de quem o espírito é executivo.
O pleno ministério do Espírito começa na manhã do Pentecostes, logo depois da ascensão de Jesus (At 2.1-40, João Batista predisse que Jesus batizaria com Espírito Santo ( Mc 1.8; Jo 1.33), de acordo com a promessa do Velho Testamento de um derramamento do Espírito de Deus nos últimos dias (Jl 2.28-32; cf. jr 31.31-34), e Jesus havia repetido a promessa (At  1.4,5). A significação da manhã do Pentecostes foi duplo: ela  marcou o início da era final da história do mundo antes do retorno de Cristo, e, comparada com a era do Velho Testamento, marcou uma formidável intensificação do ministério do Espírito e da experiência de viver para Deus.
Os discípulos de Jesus foram evidentemente crentes nascidos  do Espírito antes do Pentecostes, de sorte que seu batismo no Espírito, que trouxe poder à sua vida e ministério (At 1.8),  não foi o começo de sua experiência espiritual. Para todos, porém, que chegaram à fé desde a manhã do Pentecostes, começando com os convertidos naquele evento, o recebimento do Espírito na plena bênção da nova aliança tem sido um aspecto de sua conversão  e novo nascimento (At 2.37; Rm 8.9. 1 Co 12.13). Todas as aptidões para o serviço que surgem subseqüentemente na vida de um cristão devem ser vistas como a seiva emanada desse batismo espiritual inicial, que une vitalmente o pecador ao Cristo ressurreto.
Autor: J. I. Packer
Fonte: Teologia Concisa, pg. 135, Ed. Cultura Crista. Compre este livro em http://www.cep.org.br

6.2 A Dinvidade do Espírito Santo
Gn 1.12; At 5.3,4; Rm 8.9-17; 1 Co 6.19,20; Éf 2.19-22
Na liturgia da Igreja, freqüentemente ouvimos as palavras: "Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, amém". Esta expressão é uma fórmula trinitariana que atribui divindade a todas as três pessoas da Trindade.
Semelhante, cantamos:
Glória seja dada ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no principio, é hoje e para todos sempre, eternamente. Amém, Amém.
Este cântico atribui glória eterna às três pessoas da Trindade. O Espírito Santo recebe glória junto com o Pai e o Filho.
Enquanto a divindade de Cristo foi debatida durante séculos e o debate continua ainda hoje, a divindade do Espírito Santo geralmente é aceita na Igreja. A razão pela qual a divindade do Espírito Santo nunca tenha sido alvo da controvérsia, talvez seja porque nunca assumiu a forma humana.
A Bíblia claramente representa o Espírito Santo como possuindo atributos divinos e exercendo autoridade divina. Desde o século IV, praticamente todos os que concordam que ele é uma pessoa também concordam que o Espírito é divino.
No Antigo Testamento, o que se diz de Deus  freqüentemente também se  diz do Espírito de Deus. As expressões "Deus disse" e o "Espírito disse" são repetidamente intercambiadas. Estes padrão continua no Novo Testamento; talvez em nenhum outro texto isso fique tão claro como em Atos 5.3,4, onde Pedro diz: "Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao  Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?... Não mentiste aos  homens, mas a Deus". Resumindo, mentir ao Espírito Santo é o mesmo que ao próprio Deus.
As Escrituras também se referem aos atributos divinos do Espírito Santo. Paulo escreve sobre a onisciência do Espírito em 1 Coríntios 2.10,11: "Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus”. O salmista atesta sobre a onipresença do Espírito no Salmo 139.7,8: "Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;" . O Espírito também operou na criação, movendo-se sobre a face das águas (Gn 1.1,2).
Como uma declaração conclusiva sobre a divindade do Espírito Santo, temos a bênção de Paulo no final da sua segunda carta aos Coríntios: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós." (2 Co 13.13).
Sumário
1. A liturgia da igreja atribui divindade ao Espírito Santo.
2. O Antigo Testamento reconhece atributos e autoridades divinos do Espírito Santo.
3. O Novo Testamento reconhece atributos divinos do Espírito Santo.
Autor:  R. C. Sproul
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre este livro em http://www.cep.org.br

6.3 A Personalidade do Espírito Santo
Jo 16.13; 2 Co 13.13; 1 Tm 4.1; Tg 4.5; 1 Jo 5.6
"Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo." (Jo 16.7,8)
Na noite em que minha esposa se converteu a Cristo, ela exclamou: "Agora eu  sei quem é o Espírito Santo". Antes daquele momento, ela pensava no Espírito como uma "coisa" e não como um ser pessoal.
Quando falamos da personalidade do Espírito Santo, queremos dizer que o Terceiro Membro da Trindade é uma pessoa e não  uma força. Isso é muito claro nas Escrituras, onde só pronomes pessoais são usados em referência ao Espírito. Em João 16.13, Jesus disse: "Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.".
Visto que o Espírito Santo é uma pessoal real e distinta, e não uma força impessoal, podemos experimentar uma relacionamento pessoal com ele. Paulo  abençoa a igreja de Corinto de uma maneira que enfatiza isso: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós." (2 Co 13.13 - ou em algumas versos 2 Co 13.14). Ter comunhão com alguém é entrar em  relação pessoal com ele. Além disso, somos intimados a não pecar contra, resistir ou entristecer o Espírito Santo. Forças impessoais não podem ser "entristecidas". Tristeza só pode ser experimentada por um ser pessoal.
O Espírito Santo é uma pessoa, e por isso é correto orar a ele. Seu papel na oração é nos assistir, para nos expressarmos adequadamente ao Pai. Assim como Jesus intercede por nós como Sumo Sacerdote, também o Espírito Santo intercede por nós em oração.
Finalmente, a Bíblia fala do Espírito Santo desempenhado tarefas que só pessoas podem desempenhar. O Espírito conforta, guia e ensina os eleitos (ver Jo 16). Essas atividades são feitas de uma maneira que envolve inteligência, vontade, sentimentos e poder. Ele sonda, escolhe, revela, conforta, convence e admoesta.Somente uma pessoa poderia fazer tais coisas. A resposta do cristão, portanto, não é mera afirmação de que tal ser existe, mas antes, obedecer, amar e adorar o Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Trindade.
Sumário
1. O Espírito Santo é uma pessoa, não uma força impessoal.
2. A Bíblia usa pronomes pessoas ao referir ao Espírito Santo.
3. A obra do Espírito Santo tanto requer como exibe personalidade.
4. O cristão experimenta um relacionamento pessoal com o Espírito Santo.
5. o Espírito Santo deve ser cultuado e obedecido.
Autor:  R. C. Sproul
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre este livro em http://www.cep.org.br

6.4 O testemunho Interior do Espírito Santo
Jo 15.13; At 5.32; At 15.28; Rm 8.16; Gl 5.16-18
"E nós somos testemunhas destas coisas, e bem assim o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem." At 5.32
Em qualquer tribunal de júri que inclua testemunhas, o depoimento delas é crucial para o caso. O testemunho é importante porque destina-se a ajudar-nos a chegarmos à verdade sobre o caso. Em alguns julgamentos, o depoimento de algumas testemunhas é questionado em razão de o caráter delas ser suspeito.  O testemunho de um psicopata mentiroso tem pouquíssimo valor. Para que o testemunho tenha credibilidade, a testemunha precisa ser confiável.
Quando Deus testifica sobre a verdade de alguma coisa, seu testemunho é certo e totalmente inquestionável. O testemunho que tem Deus como autor não pode falhar. Ele é de fato um testemunho infalível. Procede do caráter mais elevado possível, da fonte mais profunda de conhecimento e da mais suprema autoridade. A confiabilidade do testemunho de Deus fez Lutero certa vez declarar: "O Espírito Santo não é cético." As verdades que p Espírito Santo revela são maus certas do que a própria vida.
João Calvino ensinava que apesar de as Escrituras  manifestarem sinais claros e inquestionáveis da sua autoridade divina e exibir evidências satisfatórias de sua origem divina, essas evidências não nos persuadem plenamente até que,  ou a menos que, sejam seladas em nosso coração por meio do testemunho interior do Espírito Santo. Calvino reconhecia a diferença entre prova e persuasão. Mesmo que sejamos capazes de oferecer provas objetivas e conclusivas sobre a verdade das Escrituras, isso não é garantia de que as pessoas irão crer nelas, aceitá-las ou abraçá-las. Para que sejamos persuadidos quanto à verdade das Escrituras, precisamos de ajuda do testemunho interior do Espírito. Ele nos leva a concordar com as evidências irrefutáveis da verdade da Bíblia ou aceitá-las.
E seu testemunho interior, o Espírito Santo não oferece nenhuma informação nova e secreta, nem nenhum argumento mais engenhosos ao qual não podemos ter acesso por outros meios. Pelo contrário, ele opera em nosso espírito para quebrar e vencer nossa resistência à verdade de Deus. Ele nos move a redermos-nos ao ensino claro da Palavra de Deus e a abraçá-la cheios de confiança.
O testemunho interior do Espírito não é uma figura para misticismo nem um escape para o subjetivismo, onde os sentimentos pessoais são elevados à condição de autoridade absoluta. Existe uma diferença crucial entre o testemunho do Espírito Santo ao nosso espírito e o testemunho humano do nosso próprio espírito. O testemunho do Espírito Santo é a Palavra de Deus. Chega a nós com a Palavra e através da Palavra. Não é um testemunho separado ou desprovido da Palavra.
Assim como o Espírito Santo testifica ao nosso espírito de que somos filhos de Deus, confirma sua Palavra a nós (Rm 8.16), assim ele também nos assegura intimamente que a Bíblia é a Palavra de Deus.
Sumário
1. O testemunho de Deus é totalmente confiável.
2. A Bíblia oferece evidências objetivas de que é a Palavra de Deus.
3. Não somos totalmente persuadidos quanto à verdade das Escrituras sem o testemunho do Espírito Santo.
4. O testemunho interior do Espírito não oferece argumento novo à mente, mas opera em nosso coração e em nosso espírito nos levando a aceitarmos as evidências que já estão lá.
5.  A doutrina do testemunho interno do Espírito Santo não é uma licença para acreditarmos que tudo o sentimos ser verdadeiro é de fato verdadeiro.
Autor:  R. C. Sproul
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre este livro http://www.cep.org.br

6.5 Iluminação
O Espírito Santo dá Entendimento Espiritual
"O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente."1 Coríntios 2.14
O conhecimento das coisas divinas, para o qual os cristãos são atraídos, é mais do que uma intimidade formal com as palavras bíblicas e as idéias cristãs. É uma conscientização da realidade e relevância das atividades do Deus triúno, as quais a Escritura testifica. Tal conscientização não é normal nas pessoas, por mais familiaridade que tenham com as idéias cristãs (como o homem sem o Espírito em 1 Co 2.14, que não aceita o que os cristãos lhe dizem, ou os cegos guias de cegos, de quem Jesus falou tão causticamente em Mt 15.14, ou Paulo antes do seu encontro com Jesus na estrada de Damasco). Somente o Espírito Santo, perscrutador das profundezas de Deus (1 Co 2.10), pode efetuar essa conscientização em nossas mentes e corações obscurecidos pelo pecado. É por isso qie é chamada “entendimento espiritual” (espiritual significa “dado pelo Espírito”, Cl 1.9; cf. Lc 24.25; 1 Jo 5.20) . Aqueles que, ao lado de uma sólida instrução verbal, possuem “unção que vem do Santo...(têm) conhecimento da verdade” 1Jo 2.20.
A obra do Espírito de conceder esse conhecimento é chamada “iluminação”. Não é uma nova revelação que esteja sendo dada, mas uma obra dentro de nós que nos capacita a compreender e amar a revelação que está ali diante de nós no texto bíblico ouvido ou lido., e explanado por professores e escritores. O pecado em nosso sistema mental e moral anuvia nossas mentes e vontades, de modo que não compreendemos a força da Escritura e resistimos a ela. Deus parece-nos remoto, ao extremo da irrealidade, e diante da sua verdade somos embotados a apáticos. O Espírito, contudo, abre e desanuvia nossas mentes, sintonizando nossos corações para que compreendamos (Ef 1.17,18; 3.18,19; 2 Co 3.14-16; 4.6). Como pela iluminação é, pois, a aplicação da verdade revelada de Deus aos nossos corações, a fim de que apreendamos como realidade para nós o que o texto sagrado anuncia.
A iluminação, que é um ministério permanente do Espírito Santo aos cristãos, inicia antes da conversão com uma crescente compreensão da verdade acerca de Jesus Cristo e uma crescente sensação de estar sendo avaliado e exposto por ela. Jesus disse que o Espírito “convenceria o mundo” do pecado de não crer nele, do fato de Ele estar à direita de Deus Pai (como seu bom acolhimento na volta ao céu o provou), e da realidade do julgamento tanto aqui como na vida futura (Jô 16.8-11). Este convencimento triplo é ainda o meio de Deus fazer que o pecado seja repulsivo e Cristo adorável aos olhos das pessoas que antes amavam o pecado e não tinham nenhum interesse pelo divino Salvador.
A forma de ser plenamente beneficiado pelo ministério da iluminação do Espírito é o estudo sério da Bíblia, a oração séria e a séria correspondência obediente a todas e quaisquer verdades que já tenham sido expostas. Isto corresponde à máxima de Lutero sobre as três coisas que fazem um teólogo: oratio (oração), meditatio (pensar na presença de Deus sobre o texto), e tentatio (provação, a luta pela fidelidade bíblica diante da pressão para desatender o que a Escritura diz).
Autor: J. I. Packer
Fonte: Teologia Concisa, Ed. Cultura Crista. Compre este livro em http://www.cep.org.br

6.6 O Espírito Santo como Santificador
Jo 15.26; 2 Co 3.17,18; Gl 4.6; Fp 2.12,13; 1 Pe 1.15,16
Deus chama todas as pessoas para espelharem e refletirem o caráter dele: "segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santo também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo" (1 Pe 1.15,16). Nosso problema é que não somos intrinsecamente santos; somos profanos. Mesmo assim, a Bíblia se refere a nós com "os santos". Visto que a santidade não se encontra em nós, temos de nos tornar santo. É o Espírito Santo quem opera para  nos tornar santos, para nos conformar com a imagem de Cristo. Como a Terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo não é mais do que Pai e o Filho, muito embora não falemos do Pai Santo e do Filho Santo e do Espírito Santo. O Espírito de Deus é chamado de Espírito Santo não tanto por causa da sua pessoa (a qual de fato é santa), mas por causa de sua obra de nos fazer santos.
Esta é a obra especial do Espírito Santo: nos fazer santos. Ele nos consagra. O Espírito Santo cumpre a função de santificação. Ser santificado significa ser feito santo, ou justo. A santificação é um processo que começa no momento em que nos tornamos cristãos. Esse processo continua até a morte, quanto finalmente o crente torna-se total e eternamente justo.
A fé  reformada é distintiva em sua ênfase sobre a obra exclusiva do Espírito Santo na regeneração. Nós não cooperamos com o Espírito no Novo Nascimento. Rejeitamos totalmente qualquer noção de esforço cooperativo na regeneração do crente. A santificação, entretanto, é outro assunto. Nossa santificação é uma obra conjunta, de cooperação. Temos de trabalhar junto com o Espírito Santo para crescermos em santificação. O apóstolo Paulo expressou esta idéia em sua carta à igreja de Filipos:
"De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor;  Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade." (Fp 2.12,13)
O chamado à cooperação é algo que envolve esforço. Temos de labutar com empenho. Labutar com temor não pressupõe um espírito de terror, mas de reverência associada à diligência. Somos consolados com o conhecimento de que não somos deixados sozinhos nessa tarefa, ou entregues aos nossos próprios esforços. Deus está operando em nosso íntimo para realizar nossa santificação.
O Espírito Santo habita no crente, operando para produzir uma vida e um coração mais justo. Devemos ser cuidadosos, entretanto, para não confundir habitação do Espírito com algum tipo de deificação do indivíduo. O Espírito está no crente e age com o crente, mas não se converte no crente. O Espírito trabalha para produzir seres humanos santificados - não criaturas deificadas. Quando o Espírito habita em nós, ele não se torna humano e nós não nos tornamos deuses. O Espírito Santo não destrói nossa identidade pessoal como seres humanos. Em nossa santificação, devemos nos tornar semelhantes a Deus quanto ao caráter não quanto à essência.
Sumário
1. Deus nos chama para refletirmos sua santidade.
2. Tornarmo-nos santos requer que recebamos santidade de fora de nós mesmos.
3. O Espírito Santo se chama santo por causa obra como nosso santificador.
4. A santificação é um processo que dura à vida toda.
5. A santificação é uma obra cooperativa, envolvendo o crente e o Espírito Santo.
6. A habitação do Espírito Santo em nós não opera nossa deificação.
Autor:  R. C. Sproul
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre este livro em http://www.cep.org.br

6.7 Dons Espirituais
O Espírito Santo prepara a Igreja
"E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo... E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho de seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo." Efésios 4.7,11,12
O Novo Testamento retrata as igrejas locais, em que alguns cristãos exercem ofícios ministeriais formais e oficiais (presbíteros-supervisores e diáconos, Fp 1.1), enquanto todos desempenham serviços em papéis informais. O ministério de cada membro no corpo de Cristo é o ideal neotestamentário. É claro que os oficiais que supervisionam não devem restringir os ministérios informais, mas sim facilitá-los (Ef 4.11-13), do mesmo modo que é claro que os que ministram informalmente não devem permitir que os supervisores dirijam seus ministérios por meios que sejam ordeiros e edificadores (isto é, confortando e edificando, 1 Co 14.3-5, 12, 26, 40; Hb 13.17). O corpo de Cristo cresce na maturidade em fé e amor, “segundo a justa cooperação de cada parte” (Ef 4.16) e cumpre sua forma de serviço doadora de graça (Ef 4.7,12).
A palavra dom (literalmente “dádiva” ou “doação”) aparece em conexão co serviço espiritual somente em Efésios 4.7,8. Paulo explica a frase Ele... concedeu dons aos homens referindo-se ao Cristo assunto ao céu dando à sua igreja pessoas chamadas e preparadas para o ministério de apóstolo, profeta, evangelista e pastor-mestre. Outrossim, por meio do ministério capacitador desses oficiais, Cristo está concedendo um papel ministerial de uma forma ou de outra a cada cristão. Em outras partes (Rm 12.4-8; 1 Co 12-14), Paulo chama esses poderes dados divinamente para servir charismata (dons que são manifestações específicas de charis ou graça, o amor ativo e criativo de Deus, 1 Co 12.4), e também pneumatika (dons espirituais como demonstrações específicas da energia do Espírito Santo, pneuma de Deus, 1 Co 12.1).
Entre as muitas obscuridades e questões debatidas com respeito ao charismata do Novo Testamento, três certezas despontam. Primeira, um dom espiritual é uma capacidade de certa forma de expressar, celebrar, expor e, portanto, transmitir Cristo. Sabemos que os dons, corretamente usados, edificam os cristãos e as igrejas. Mas somente o conhecimento de Deus em Cristo edifica; portanto, cada charisma deve ser uma capacitação de Cristo para mostrar Cristo e participar dele de um modo edificante.
Segundo, os dons são de dois tipos. Há dons de falar e de amar, de ajuda prática. Em Romanos 12.6-8, a lista de Paulo sobre os dons alterna entre as categorias: um, três e quatro (profetizar, ensinar e exortar) são dons de falar; itens dois, cinco seis e sete (servir, dar, guiar e mostrar misericórdia) são dons de ajuda. A alternância implica que nenhuma idéia de superioridade de um dom sobre o outro pode ser introduzida. Apesar do quanto os dons diferem como formas de atividade humana, todos são de igual dignidade, e a única questão é se o cristão usa apropriadamente o dom que possui (1 Pe 4.10,11).
Terceiro, nenhum cristão é falto de dom (1 Co 12.7; Ef 4.7), sendo responsabilidade de todos encontrar, desenvolver e usar plenamente quaisquer capacidade para o serviço que Deus lhes concedeu.
Autor: J. I. Packer
Fonte: Teologia Concisa, Ed. Cultura Crista. Compre este livro em http://www.cep.org.br

6.8 O Batismo do Espírito Santo
Jl 2.28,29; Jo 7.37-39; At 2.1-11; 1 Co 12; 1 Co 14.26-33
"E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado." Jo 7.39
"Você já recebeu o batismo do Espírito Santo?" Uma pessoa que se torna cristã em nossos dias mais cedo ou mais tarde ouvirá esta pergunta. Tal pergunta geralmente é feita pelos cristãos carismáticos, os quais são entusiastas a respeito das  experiências que têm com o Espírito Santo..
Uma doutrina que antigamente era mais confinada às igrejas Pentecostais e à Assembléia de Deus agora tem se tornado o ponto de central importância para um grande número de crentes. O movimento neo-pentecostal tem alcançado praticamente todas as denominações cristãs. Um senso de empolgação e de avivamento espiritual geralmente acompanha essa nova descoberta da presença e do poder do Espírito Santo na Igreja.
O neo-pentecostalismo procura definir a doutrina do batismo do Espírito Santo com base nas experiências das pessoas. Tal doutrina tem sido amplamente controvertida.
Geralmente, mas não sempre, os cristãos carismáticos consideram o batismo do Espírito Santo como uma segunda obra de graça, distinta e subseqüente à regeneração e à conversão. Os carismáticos estão divididos entre eles mesmos quanto à questão, se falar em línguas é um sinal necessário ou uma manifestação do "batismo".
Os pentecostais apontam para o padrão no livro de Atos, onde os crentes (os quais experimentaram a obra regeneradora do Espírito Santo antes do dia de Pentecostes) foram cheios do Espírito Santo e falaram em línguas. Este padrão bíblico, que inclui um lapso de tempo entre a conversão e o batismo do Espírito, é usado então como norma para todas as épocas.
Os pentecostais estão certos em ver certa distinção entre a regeneração pelo Espírito Santo e o batismo. Regeneração refere-se ao Espírito Santo dando nova vida ao crente - vivificando aquele que estava morto no pecado. O batismo do Espírito Santo refere-se a Deus capacitando seu povo para o ministério.]]Embora a distinção entre a regeneração e o batismo do Espírito Santo seja legítima, transforma o lapso de tempo entre ambos numa norma para todas as gerações é uma atitude improcedente. O padrão normal desde os dia dos apóstolos tem sido que os cristão recebem a capacitação do Espírito Santo juntamente com a regeneração. Não é necessário que o crente busque uma segunda e especifica obra do batismo do Espírito depois da conversão. Todos cristão é cheio do Espírito, numa medida maior ou menor, dependendo da correspondência de consagração a ele.
Outro problema com doutrina pentecostal é que ela tem uma visão incorreta do Pentecostes, o qual é uma "linha divisória" na história do Novo Testamento. No Antigo Testamento, só alguns crentes selecionados foram dotados por Deus com dons para o ministério (ver Nm 11). Este padrão mudou no Pentecostes, quando todos os crentes presentes (todos judeus) receberam o batismo. Semelhantemente, nos derramamentos posteriores, os convertidos samaritanos (At 8), o crentes na casa de Cornélio (At 10) e os discípulos gentios de João Batistas que viviam em Éfeso (At 19), todos receberam o batismo do Espírito.
Os primeiros crentes não acreditavam que os samaritanos, os prosélitos e os discípulos de João Batista pudessem ser cristãos. Desta maneira, o batismo do Espírito Santo serviu como confirmação de sua membresia na Igreja. Visto que cada um desses grupos experimentou o batismo do Espírito Santo da mesma maneira que os judeus experimentaram no Pentecostes, a inclusão deles na Igreja era inquestionável. O próprio Pedro foi o primeiro a experimentar isso. Quando viu o Espírito Santo descer sobe os gentios tementes a deus na casa de Cornélio, ele concluiu que não havia nada que impedisse que fossem aceitos plenamente como membros da Igreja. Pedro disse: "Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo?" (At 10.47).
Os episódios subseqüentes do batismo do Espírito Santo, depois do Pentecostes devem ser entendidos como uma extensão do Pentecostes, por meio do qual todo o Corpo recebeu dons para o ministério. Na igreja do Novo testamento nem todos os cristãos falaram em línguas, mas todos os cristãos receberam dons do Espíritos Santo. Desta maneira, se cumpriu a profecia de Joel (At 2.16-21).
Sumário
1. O batismo do Espírito Santo é uma obra distinta da qual o Espírito dota os crentes com dons para o ministério.
2. No livro de Atos, o Espíritos Santo foi derramado sobre quatro grupos (judeus, samaritanos, prosélitos e gentios), indicando que todos estavam incluídos na igreja.
3. O Pentecostes cumpre a profecia do Antigo Testamento de que o Espírito seria derramando sobre todos os crentes e não sobre um grupo restrito.
Autor:  R. C. Sproul
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre este livro em http://www.cep.org.br

6.9 A Importância da Obra do Espírito Santo
Mas a obra do Espírito Santo é realmente importante?
Importante! E tão importante que se não fosse pela ação do Espírito Santo não haveria Evangelho, nem fé, nem Igreja e nem cristianismo no mundo.
Em primeiro lugar: sem o Espírito Santo não haveria Evangelho nem Novo Testamento.
Quando Cristo deixou o mundo, entregou sua causa aos discípulos. Deu-lhes a responsabilidade de ir e fazer discípulos em todas as nações, "E vocês também testemunharão", disse-lhes no cenáculo 0o 15:27). "E serão minhas testemunhas [...] até aos confins da terra" foram suas palavras de despedida no monte das Oliveiras antes da ascensão (At 1:8). Esta foi a tarefa que lhes confiou, mas que tipo de testemunhas seriam? Não tinham sido bons alunos; conseqüentemente não conseguiam entendê-lo, e não compreenderam seus ensinamentos durante seu ministério na terra; como poderiam esperar melhorar agora, depois de sua partida? Não era certo que eles logo estariam misturando a verdade do Evangelho com uma série de equívocos bem-intencionados, e seu testemunho seria rapidamente reduzido a uma confusão distorcida e deturpada, embora possuíssem boa vontade?
A resposta a essa pergunta é negativa, porque Cristo enviou o Espírito Santo para lhes ensinar todas as verdades, livrando-os de erros, recor-dando-lhes as coisas aprendidas e revelando-lhes o restante do que o Senhor queria ensinar. "[...] o Conselheiro [...] lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse" 0o 14:26). "Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora. Mas quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o que tiver ouvido" — isto é, o Espírito lhes esclareceria a eles tudo o que Cristo lhe dissesse, do mesmo modo como Cristo lhes mostrara as coisas que o Pai queria que ele transmitisse (v. Jo 12:49; 17:8,14) — "e lhes anunciará o que está por vir. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e o tornará conhecido" (16:12-14). Deste modo "ele testemunhará a meu respeito" — a vocês, meus discípulos, a quem o enviarei — "e" — equipados e capacitados pela sua atuação — "vocês também testemunharão [...]" (15:26,27).
A promessa consistia em que, ensinados pelo Espírito, esses primeiros discípulos seriam capacitados como porta-vozes de Cristo. À semelhança dos profetas que no Antigo Testamento começavam seus sermões com as palavras "Assim diz o Senhor Jeová", no Novo Testamento os apóstolos poderiam, com igual autoridade, afirmar em seus ensinamentos orais ou escritos "Assim diz o Senhor Jesus Cristo".
E foi o que aconteceu. O Espírito veio sobre os discípulos e testemunhou-lhes de Cristo e sua salvação de acordo com a promessa feita. Referindo-se às glórias desta salvação ("o que Deus preparou para aqueles que o amam"), Paulo escreve:
... Deus o revelou a nós por meio do Espírito [...] porém [...] recebemos [...] o Espírito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente. Delas também falamos [e ele poderia ter acrescentado escrevemos] não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito. I Coríntios 2:9-13
O Espírito testificou aos apóstolos revelando-lhes toda a verdade e inspirando-os a transmiti-la com toda a fidelidade. Por essa razão temos o Evangelho e o Novo Testamento. Mas o mundo não teria os dois sem o Espírito Santo.
E isto não é tudo. Em segundo lugar, sem o Espírito Santo não haveria fé, nem novo nascimento — em resumo, não haveria cristãos.
A luz do Evangelho brilha, mas "O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes" (2Co 4:4), e o cego não reage ao estímulo da luz. Como Cristo explicou a Nicodemos: "Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo" (Jo 3:3; cf. v. 5). Falando por si mesmo e por seus discípulos a Nicodemos e a toda classe de pessoas religiosas não-regeneradas, à qual Nicodemos pertencia, Cristo continuou explicando que a conseqüência inevitável da não-regeneração é a descrença: "[...] vocês não aceitam nosso testemunho" (v. 11). O Evangelho não produziu neles convicção alguma; a incredulidade os mantinha irredutíveis. O que aconteceu então? Devemos concluir que é perda de tempo pregar o Evangelho, e que a evangelização deve ser riscada como um empreendimento sem esperança, fadado ao fracasso? Não, porque o Espírito habita com a Igreja para dar testemunho de Cristo. Aos apóstolos, como já vimos, ele se manifestou revelando e inspirando. Aos outros homens, durante séculos, ele se manifesta iluminando, abrindo os olhos vendados, restaurando a visão espiritual, capacitando os pecadores a perceber que o Evangelho é realmente a verdade divina, as Escrituras são a Palavra de Deus e Cristo é verdadeiramente o Filho de Deus. "Quando ele [o Espírito] vier", o Senhor prometeu, "convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo" (16:8).
Não devemos pensar que podemos provar a verdade do cristianismo por meio de nossos argumentos; ninguém, a não ser o Espírito Santo, pela própria obra poderosa de renovação do coração endurecido, pode provar essa verdade. É prerrogativa soberana do Espírito Santo de Cristo convencer a consciência das pessoas sobre a verdade do Evangelho de Cristo; e a testemunha humana de Cristo deve aprender a basear sua esperança de sucesso não em brilhantes apresentações da verdade pelo ser humano, mas na poderosa demonstração da verdade pelo Espírito.
Paulo mostra o caminho. "Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria [...] A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana e sim no poder de Deus" (1Co 2:1-5). Os homens crêem quando o Evangelho é pregado porque o Espírito se manifesta desse modo. Mas sem o Espírito não haveria um só cristão no mundo.

16 de dez. de 2010

Missiões a obra que não pode parar!

r.!"Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;"  (Mateus 28 : 19) 

- Olha amados a paz do senhor Jesus cristo, eu abençoo cada um que ler esse artigo em nome de Jesus, que seu coração seja transformado pela palavra do Senhor.

 Quero falar sobra a Obra que nunca jamais deve parar " Missões", e a primordial em todas igrejas do mundo, vejo Hoje em Dia Satanas tentando Parar a Obra Missionaria, tenho visto que Igrejas não tem mas consagrado homens e mulheres á Missionarios, isso é um absurdo pois a Missão é o Coração do Reino de Deus na terra, "E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará."  (Mateus 24 : 12), vejo que o Amor dentro das igrejas tem se esfriado, como pode,( satanas está tentando tirar as dores do amor dos corações de pastores, dores de parto que é o choro pela obra, as Almas são mas importante, pessoas se preocupando somente com seus confortos, se esquecendo que milhões de Crianças, homens e mulheres, morrendo no mundo, e niguem quer mas saber do sofrimento do proximo estão como os farizeus : "Ai de vós, fariseus, que amais os primeiros assentos nas sinagogas, e as saudações nas praças."  (Lucas 11 : 43)
se esquecendo que a palavra de Deus diz : "Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo."  (Mateus 19 : 19), Irmão apezar de eu ser um jovem de 19 anos, luto para conquistar meus sonhos pela obra missionaria do Reino do Pai, temos varios continentes para pregar a palavra, e muitos lutando por um microfone dentro de igreja. ESCREVO ISSO AMADOS IRMÃOS COM LAGRIMAS EM MEUS OLHOS, é muito duro ver fotos. videos de Milhares de Crianças morrendo, chorando de Fome e sede, é muito dificil uma pessoa dentro de igrejas orando para Deus enviar Missionarios para essa OBra, mas a palavra de Deus é certa diz que : "Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;"  (Mateus 25 : 42).  avera grande Supressa naquele grande Dia, quando Deus pedi para ver nossas mãos, e estiver vazias, então faça o maximo e o melhor para o Reino de Deus, para que entro de você saia rios de águas vivas, que dará vida aonde não ah.

 


Amados Jesus ele é bem especifico quando falou sobre o tipo de Cristão que somente traz peso para igreja: "E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo."  (Mateus 3 : 10) , Deus ele chama a todos, não tem esse negocio, de falar ah eu não nasci para isso, Deus te chamou com um proposito, para ser um ganhador de almas, lute pela obra do senhor diz sua palavras que : "Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim."  (Mateus 10 : 37) sai da zona de conforto a qual você vive, desperte acorda Jesus está voltando e quer Usa-ló, E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão (Mateus 10 : 42), seu maior tesouro está no céu, sofra o homem, mas a obra do senhor não pode sofre, Jesus disse que qualquer que por amor de mim nege Pai, Mãe e  filhos, no minino o Pai reconpensará cem vezes mais tudo o quando você tinha antes,  Diz a palavra de Deus Irmão em (I corintios 15: 54) 58  Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor. 

Fecho esse Artigo dizendo, JESUS está contando com você para Uma grande Obra Amém.





Chore servos do Senhor, Pelo amor Deus, faça sua parte, "E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados."  (Tiago 5 : 15) 


 "Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos."  (Tiago 5 : 16)







14 de dez. de 2010

DIGA “NÃO” À PIRATARIA CUIDADO COM O PECADO.

O aviso intitulado DIGA “NÃO” À PIRATARIA, que eu havia inserido na parte lateral deste blog, estimulou muitos internautas a me enviarem e-mails perguntando sobre download de livros.

É claro que, no aludido aviso, eu fazia referência aos livros que ainda não estão em domínio público. Para quem não sabe, um livro só é considerado de domínio público depois de um pouco mais de setenta anos da morte do seu autor! Eu disse “um pouco mais de setenta anos” porque, em regra geral, os direitos do autor duram pelas mencionadas sete décadas a partir de 1° de janeiro do ano subsequente ao falecimento do autor. As exceções são para os autores falecidos desconhecidos ou que não deixam sucessores.

O que são direitos autorais?

São os direitos do autor, do criador, do tradutor, do pesquisador, do artista, de controlar o uso que se faz de suas obras. De acordo com a Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, o autor tem os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou. E os artigos 28 e 29 da Lei do Direito Autoral asseveram que: cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou científica; e que depende de autorização prévia e expressa dele a utilização da obra, por quaisquer modalidades, dentre elas a reprodução parcial ou integral.

Por que fazer dowload de livros não-autorizados é crime?

A Internet facilita muito a vida dos pecadores! Quem deseja fazer pirataria é simples! Há uma infinidade de sites disponibilizando livros não-autorizados para download. E há muitos irmãos participando desse tipo de pecado com a maior naturalidade. Alguns até me mandam e-mails para me informar que estão lendo livros que “baixaram” da grande rede. E o argumento deles é sempre o mesmo: “Não estou usando para lucro”. Alguns citam até o Código Penal para se justificarem e argumentam que o artigo 184 desse código diz que o crime não está em fazer o dowload, e sim em obter lucro. Outro falacioso argumento é o de que os livros são muito caros...

Consideremos o artigo 184 do Código Penal:

Art. 184 - Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

§ 1º - Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 2º - Na mesma pena do § 1º incorre quem, com intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente.

Observe que o caput — o enunciado principal do artigo — é claro quanto ao fato de que violar direitos de autor e os que lhe são conexos é um crime cuja pena é a detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. O que vem abaixo não anula o que está no caput. Antes, acrescenta condenação mais severa para quem, além de violar os direitos do autor, fizer isso para obter lucro. Ou seja, um “simples” download já é uma violação dos direitos autorais! Não é preciso vender o produto “baixado” para praticar o crime, como muitos pensam.

Em outras palavras, se a pessoa que viola os direitos (ao fazer o download, que em si já é ilegal), reproduzir total ou parcialmente o material “baixado”, com intuito de lucro direto ou indireto, a pena aumenta para reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Aliás, quanto à violação dos direitos do autor com a intenção de lucro, desde 1º de julho de 2003 está em vigor a Lei 10.693, que alterou os artigos 184 e 186 do Código Penal. Ela acrescentou parágrafos ao artigo 525 do Código de Processo Penal, elevando a pena mínima para os crimes de violação de direito de autor com intuito de lucro, ainda que indireto, para 2 (dois) anos de reclusão. Segue-se que o crime de violação de direito de autor, com finalidade de comércio passou a ser tratado pela legislação penal com maior rigor. Mas isso não significa que a violação de direito autoral, sem o objetivo de lucro, não seja crime.

Alguns desavisados tomam como base a aludida lei para dizer que upload/download de livros sem a autorização expressa de autor/editora não é crime. Mas a norma do Código Penal em apreço deve ser interpretada à luz da lei que rege os direitos autorais (Lei 9.610/98).

A exegese correta do parágrafo 4º. do artigo 184, do Código Penal (alterado em 2003), diz respeito aos casos em que ocorre a restrição ou a limitação do direito do autor, em conformidade com o artigo 46 (e seus incisos) da aludida lei. Ou seja, não ocorre violação ao direito do autor quando a reprodução é parcial e para uso privado, sem o intuito de lucro. Inclusive, dentro de centros universitários sérios e respeitáveis (como a Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo) não se permite a cópia integral de qualquer obra literária, ainda que seja para uso privado do aluno.

Se as editoras evangélicas tornarem disponíveis as suas obras na Internet, elas e os autores terão muito prejuízo e estarão abrindo mão de um direito que lhes assiste (direito, aliás, COMPRADO). Não é justo e lógico que o autor frua do seu trabalho? É bom que se diga, ainda, que não existe um conluio de todas as editoras, a fim de proibir a disponibilização das obras na Internet. Elas, na verdade, estão protegidas pelo sistema jurídico vigente, que lhes assegura o direito de livre dispor das obras literárias.

Portanto, a tese de que o upload e o download só são crimes quando se obtém lucro é uma falácia. Mas há ainda outros aspectos a considerar, relativos à lei, ao bom senso e, sobretudo, para nós que somos cristãos, aos mandamentos e princípios da Palavra de Deus.

Por que o cristão que se preza não “baixa” livros não-autorizados?

Primeiro: fazer dowload de livro não-autorizado (isto é, que ainda não seja de domínio público) prejudica a editora. Ela pagou pelos direitos autorais e de edição, bem como arcou com todos os custos de produção. Para quem não sabe, a edição de uma obra demanda muito trabalho.

De acordo com Plínio Cabral, em sua esclarecedora obra Revolução Tecnológica e Direito Autoral, (Sagra Luzzatto, pp.100-101), a edição de um livro “vai do plantio da árvore até a industrialização da celulose para transformá-la em papel. Elaboração do texto, editoração, composição, revisão, impressão, armazenagem dos estoques, distribuição, transporte, exposição e venda nas livrarias — tudo isto requer um trabalho fantástico que exige grandes investimentos, cujo retorno possibilita a manutenção ativa e ininterrupta do ciclo produtivo”. É justo que alguém simplesmente “baixe” um livro com a inconvincente desculpa de que ele é muito caro?

Segundo: fazer download de livro não-autorizado prejudica o autor da obra, que tem seus direitos intelectuais impunemente violados e seu trabalho usurpado. Eu, por exemplo, insiro uma grande quantidade de textos gratuitamente neste blog, porque, em contrapartida, tenho recebido pagamentos relativos a direitos autorais. Nesse caso, quando cristãos desavisados “baixam” livros de minha autoria, estão, de certa forma, me roubando! Mas alguns, “cheios de razão”, ainda me escrevem indignados, dizendo que eu deveria disponibilizar livros gratuitamente! Ora, não é digno o obreiro do seu salário?

Terceiro: fazer dowload de livro não-autorizado é uma apropriação indébita. Não há autorização expressa para se fazer isso, nem do autor nem da editora. Em outras palavras, é um tipo de furto. É como se alguém entrasse num supermercado e dissesse consigo: “Vou levar alguns chocolates para o meu uso; não vou comercializá-los; é apenas para consumo próprio”.

Quarto: fazer download de livro não-autorizado lesa o erário, isto é, os cofres públicos. Quando alguém “baixa” um livro, os tributos relativos ao produto não são recolhidos. E o Senhor Jesus afirmou que devemos dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Mt 22.21).

Conclusão

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4.8, ARA).

Portanto, diga “não” à pirataria! Isso é crime, pecado contra Deus e contra o seu irmão, no caso de download de livro evangélico! Não “baixe” livros pela Internet sem a autorização expressa da editora e do autor. Fazer isso, mesmo com a desculpa de que os livros são muito caros, além de crime e desrespeito para com o autor (que no caso do salvo é um irmão em Cristo), é pecado contra Deus (1 Co 6.12; 11.23,31).

Talmude

O Talmude (em hebraico: תַּלְמוּד, transl. Talmud) é um registro das discussões rabínicas que pertencem à lei, ética, costumes e história do judaísmo. É um texto central para o judaísmo rabínico, perdendo em importância apenas para a Bíblia hebraica.
O Talmude tem dois componentes: a Mixná (c. 200 d.C.), o primeiro compêndio escrito da Lei Oral judaica; e o Guemará (c. 500 d.C.), uma discussão da Mixná e dos escritos tanaíticos que frequentemente abordam outros tópicos, e são expostos amplamente no Tanakh.
O Mishná foi redigido pelos mestres chamados Tannaim ("tanaítas"), termo que deriva da palavra hebraica que significa "ensinar" ou "transmitir uma tradição". Os tanaítas viveram entre o século I e o III d.C. A primeira codificação é atribuída a Rabi Akiva (50130), e uma segunda, a Rabi Meir (entre 130 e 160 d.C.), ambas as versões tendo sido escritas no atual idioma aramaico, ainda em uso no interior da Síria.
Os termos Talmud e Gemarah são utilizados frequentemente de maneira intercambiável. A Guemará é a base de todos os códigos da lei rabínica, e é muito citada no resto da literatura rabínica; já o Talmude também é chamado frequentemente de Shas (hebraico: ש"ס), uma abreviação em hebraico de shisha sedarim, as "seis ordens" da Mixná.

Lei oral

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/28/Talmud.jpg/220px-Talmud.jpg
http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/common/images/magnify-clip.png
Primeira página da edição de Vilna do Tractate Berachot, Talmude babilônico, folio 2a.
Originalmente, o estudo acadêmico do judaísmo era oral. Os rabinos expunham e debatiam a lei (isto é, a Bíblia hebraica) e discutiam o Tanakh sem o benefício das obras escritas (além dos próprios livros bíblicos), embora alguns possam ter feito anotações privadas (megillot setarim), por exemplo, a respeito das decisões de cortes. A situação se mudou drasticamente, no entanto, principalmente como resultado da destruição da comunidade judaica no ano de 70 d.C., e os consequentes distúrbios nas normas legais e sociais judaicas. À medida que os rabinos foram forçados a encarar uma nova realidade — principalmente a dum judaísmo sem um Templo (para servir como centro de estudo e ensino) e uma Judéia sem autonomia — surgiu uma enxurrada de discursos legais, e o antigo sistema de estudiosidade oral não pôde ser mantida. Foi durante este período que o discurdo rabínico passou a ser registrado na escrita.[1][2] A primeira lei oral registrada pode ter sido na forma dos Midrash, na qual a discussão haláquica está estruturada como comentários exegéticos sobre o Pentateuco. Uma forma alternativa, porém, organizada pelos tópicos de assuntos, em vez dos versos bíblicos, tornou-se dominante por volta do ano 200 d.C., quando o rabino Judá HaNasi redigiu a Mixná (משנה).
A Lei Oral estava longe de ser monolítica ,variando enormemente entre diversas escolas. As duas mais famosas eram a Escola de Shammai e a Escola de Hillel. No geral, todas as opiniões, mesmo as não-normativas, eram registradas no Talmude.

 Mixná

A Mixná ou Míxena, também chamada de Mishná, é uma compilação de opiniões e debates legais. As declarações contidas na Mixná são tipicamente concisas, registrando as opiniões breves dos rabinos debatendo algum tópico, ou registram apenas um veredito anônimo, que aparentemente representava uma visão consensual. Os rabinos registrados na Mixná são chamados de Tannaim.
Na medida em que suas leis estão ordenadas pelo assunto dos tópicos, e não pelo conteúdo bíblico, e a Mixná discute cada assunto, individualmente, de maneira mais extensa que os Midrash, e inclui uma seleção muito maior de assuntos haláquicos. A organização da Mixná tornou-se, desta maneira, a estrutura do Talmude como um todo. Porém nem todos os tratados da Mixná possuem uma Guemará correspondente. Além disso, a ordem dos tratados do Talmude difere, em muitos casos, da do Mixná.

Baraita

Além da Mixná, outros ensinamentos tanaíticos eram correntes na mesma época, e por algum tempo depois. A Guemará frequentemente se refere a estas declarações tanaíticas, para compará-los àqueles contidos na Mixná e para apoiar ou refutar as proposições dos Amoraim. Todas estas fontes tanaíticas não-mixnaicas são denominadas de baraitot (singular baraita, ברייתא - literalmente "material de fora", se referindo às obras externas ao Mixná).
Os baraitot citados no Guemará são, frequentemente, citações da Toseftá (um compêndio tanaítico da Halaca, paralela à Mixná) e dos midrashim haláquicos especificamente Mekhilta, Sifra e Sifre. Alguns baraitot, no entanto, são conhecidos apenas por tradições citadas no Guemará, e não formam parte de qualquer outra coleção.

Guemará

Nos três séculos que se seguiram à redação da Mixná, os rabinos de Israel e da Babilônia analisaram, debateram e discutiram aquela obra. Estas discussões foram a Guemará (גמרא). A palavra significa "completude", em hebraico, do verbo gamar (גמר), "completar", "aprender". A Guemará se focaliza principalmente na elucidação e elaboração das opiniões dos Tannaim. Os rabinos do Guemará ficaram conhecidos como Amoraim (no singular Amora, אמורא).
Boa parte da Guemará consiste de análises legais. O ponto de partida para a análise é, costumeiramente, uma declaração legal existente em determinada Mixná. A declaração é então analisada e comparada com outras declarações, numa troca dialética entre dois disputantes (frequentemente anônimos, por vezes metafóricos), que são chamados de makshan ("questionador") e tartzan ("respondendor"). Outra função importante da Guemará é identificar a base bíblica correta para determinada lei apresentada na Mixná, assim como o processo lógico que a conecta com outra: esta atividade era conhecidade como talmud, muito antes da existência do Talmude como texto.
Estas trocas formam os componentes básicos da Guemará; o nome dado a cada passagem é sugya (סוגיא; plural sugyot). Uma Sugya costumeiramente contém uma elaboração cuidadosamente estudada e detalhada de uma declaração mixnaica.
Em determinada sugya, declarações escriturais, tanaíticas e amoraicas, são trazidos para reforçar as diversas opiniões. Ao fazê-lo, a Guemará levanta discordâncias semânticas entre os Tannaim e os Amoraim (frequentemente direcionando o ponto de vista para uma autoridade mais antiga, no sentido de como ele teria respondido a questão), e comparando as visões mixnaicas com as passagens da Baraitá. Raramente os debates são encerrados formalmente; em muitos casos, a palavra final determina a lei prática, embora existam diversas exceções a este princípio.

Halaca e Agadá

O Talmude contém um material vasto, que aborda assuntos de naturezas muito diversas. Tradicionalmente, as declarações talmúdicas podem ser classificadas em duas categorias amplas, as declarações haláquicas e agádicas. As declarações haláquicas são aquelas que se relacionam diretamente com as questões da prática e lei judaica (Halaca), enquanto as declarações agádicas são aquelas que não tem qualquer conteúdo legal, sendo de natureza mais exegética, homilética, ética ou histórica.

Bavli e Yerushalmi

O processo da Guemará continuou nos dois principais centros do academicismo judaico da época, na Terra de Israel e na cidade de Babilônia, grande centro da Mesopotâmia. De maneira correspondente, os dois corpos de análise se desenvolveram separadamente, e as duas obras do Talmude foram criadas. A compilação mais antiga é chamada de Talmude de Jerusalém (Talmud Yerushalmi). Foi compilado em Israel, durante o século IV d.C.. Já o Talmude Babilônico (Talmud Bavli), foi compilado ao redor do ano 500, embora tenha continuado a ser editado posteriormente. A palavra "Talmude", quando utilizada sem qualquer qualificação, costuma se referir ao Talmude Babilônico.

Pesquisa Rapida